Capítulo 7
A Senda Partida
O sol daquele mundo nascente tingia as árvores com tons de âmbar quando o grupo partiu ao amanhecer. Dareth ia à frente, passos firmes, sem falar muito. Os quatro amigos caminhavam atrás, ainda digerindo a conversa da noite anterior.
A trilha se estreitou, e a vegetação ficou mais densa. Galhos retorcidos formavam arcos sobre o caminho, e uma névoa baixa cobria o solo. Em certo ponto, Dareth parou e apontou para um tronco caído.
— Esse é o limite da Floresta de Tharun. Daqui em diante, cuidado com cada passo. A terra aqui se contorce e nem toda sombra é o que parece.
Antes que pudessem perguntar mais, ele sumiu no meio das árvores.
— De novo isso… resmungou Mira.
A viagem seguiu tensa até que o som de galhos partindo ecoou à frente. Lian ergueu a mão, pronto para conjurar uma pequena chama, mas antes que pudesse, o chão sob Kael cedeu.
— Cuidado!
Kael caiu num buraco estreito e profundo. Quando os outros se aproximaram, viram criaturas pequenas e esqueléticas saindo de túneis nas laterais — pequenos demônios de terra, com olhos vermelhos e garras afiadas.
— Kobolds de Pedra! gritou Lian, o nome vindo na mente como se sempre soubesse.
As criaturas avançaram. Mira tentou erguer um escudo de vento, mas os ataques eram rápidos. Lian lutava para manter as chamas acesas, e Nira usava a cura para fechar cortes, mas eles estavam sendo sobrepujados.
Foi então que, num impulso, Nira ergueu as mãos e gritou:
— Fiquem firmes!
Uma luz suave e dourada irradiou dela, envolvendo Lian, Mira e Kael. Instantaneamente, eles se sentiram mais leves, a dor dos ferimentos diminuindo e suas energias se renovando.
— O que foi isso? perguntou Kael, ainda no buraco.
— Não sei… Nira ofegava. Mas parece… certo.
As criaturas hesitaram diante da luz, e aproveitando a brecha, Lian arremessou chamas mais intensas, Kael ergueu pedaços de pedra com sua energia e Mira lançou rajadas de vento cortante.
Um a um, os Kobolds de Pedra caíram, dissolvendo-se em poeira roxa.
Quando a batalha terminou, Dareth surgiu atrás de uma árvore.
— Não são ruins para iniciantes.
Lian arfava.
— Você… ficou assistindo?
— Claro. Dareth deu de ombros. Se eu impedir tudo, vocês morrem no primeiro problema real. Vocês precisam aprender. E aprender rápido.
Ele apontou para os restos das criaturas.
— Coletem o que puderem. Os núcleos ainda servem.
No chão, pequenos cristais de cor arroxeada brilhavam fracamente. Cada um pegou um ou dois.
— Essência condensada. Serve pra fortalecer equipamentos ou como foco em rituais menores. explicou Dareth.
Enquanto guardavam os itens, Nira olhou para as mãos.
— Eu… consegui fazer vocês ficarem mais fortes. Isso nunca tinha acontecido antes.
Dareth se aproximou.
— Buff. Melhora temporária. Os Marcas-Primordiais sempre manifestam uma segunda habilidade cedo ou tarde. Parece que a sua despertou.
Kael assobiou.
— Já temos uma curandeira e agora uma protetora.
Dareth riu, aquele riso rouco e breve.
— Vocês estão longe de entender do que são capazes. E mais longe ainda de sobreviver ao Vale Esquecido.
Ele caminhou na frente novamente.
— Andem. Ainda não saíram da parte fácil.
O grupo se recompôs e seguiu, mais cauteloso, os olhos atentos e os sentidos aguçados.
Na mochila, os pequenos núcleos pulsavam como corações.
Vim pelo polocraft
ResponderExcluirAbsolute cinema.
ResponderExcluir(polocraftBR indicou)